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Recuperação de áreas degradadas


O ecossistema é composto por fatores bióticos (fauna e flora) e abióticos (não vivos, como solo, água, clima, etc). A vida de uma espécie vegetal ou animal passa pelo equilíbrio dessas condições.


Quando uma área que compõe o ecossistema sofre algum tipo de perturbação ou degradação, é necessária a sua recuperação, para restaurar esse equilíbrio.


A primeira impressão quando se fala em Área Degradada e Área Alterada ou Perturbada é pensar que as duas são iguais. Apesar de ambas necessitarem de recuperação, possuem características diferentes.


Uma Área Alterada ou Perturbada, mesmo após sofrer impactos, consegue manter meios de regeneração natural capazes de solucionar o problema ao longo do tempo.


Já uma Área Degradada, após sofrer forte deterioração, não é capaz de retornar ao seu estado anterior pelo processo natural.


Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD


O roteiro técnico a ser seguido para a regeneração dessas áreas é elaborado no Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). Compõe o escopo dos estudos solicitados em processos de Licenciamento Ambiental.


O PRAD deve reunir informações, diagnósticos, levantamentos e estudos que permitam a avaliação da degradação ou alteração e a consequente definição de medidas adequadas à recuperação da área. Pode ser empregado de forma preventiva ou corretiva.


Casos em que é necessário recuperar uma área degradada


· Recuperação de áreas mineradas, após o fim das atividades

· Recuperação de terrenos inclinados (taludes) em margens de estradas

· Recuperação de áreas de erosão em sulco (pequenas “linhas” ou cortes no solo) ou voçorocas (grandes crateras no solo)

· Recuperação de um ecossistema degradado pela presença de espécies vegetais exóticas invasoras, ou seja, espécies não nativas que se proliferam com rapidez pelo ambiente, ocupando o espaço das espécies nativas

· Recuperação de matas ciliares, vegetação típica que se desenvolve às margens de cursos d’água


Por que é importante a recuperação dessas áreas degradadas?


· Diminuição de riscos de desmoronamento em encostas

· Conservação do solo e da água

· Diminuição do risco de assoreamento em cursos d’água

· Prevenção contra erosões

· Aumento da fertilidade do solo e da reciclagem de nutrientes

· Manutenção do equilíbrio ecológico


Etapas para recuperação de áreas degradadas



As etapas para recuperação de áreas degradadas devem estar bem descritas no PRAD


1) Interrupção do fator de degradação


A pecuária, agricultura, mineração, obras, incêndios e inundação são fatores de degradação que, após identificados, devem ser interrompidos por meio de medidas físicas, como: uso de cercas para afastar o gado; construção de curvas de nível; instalação de canaletas de drenagem etc.


2) Análise do solo


A análise do solo é essencial para identificar a necessidade de adubação, calagem, aração ou subsolagem. Em perturbações mais graves, desenvolva uma nova camada superficial para o solo.


3) Seleção dos métodos de recuperação


A escolha do método a ser utilizado irá depender do grau de comprometimento da área. As técnicas de plantio devem levar em conta as peculiaridades de cada área e do dano observado.

A metodologia a ser utilizada deverá estar descrita no Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).

Os métodos mais comuns são:


Regeneração natural: é possível ter a regeneração natural, principalmente se houver banco de sementes no solo, a área a ser recuperada estiver próxima a uma floresta e/ou se o solo não estiver compactado.


Plantio de mudas: as mudas de espécies vegetais da região podem ser obtidas em viveiros ou através de produção própria. O plantio deve ser de forma aleatória ou sistemática (em linhas). Os valores de espaçamento entre as mudas mais utilizados são:


2m x 2m (2.500 plantas/ha) e 3m x 2m (1.667 plantas/ha).


Semeadura: as sementes de espécies nativas podem ser lançadas ao solo (manualmente e/ou mecanicamente) ou plantadas em linhas previamente preparadas.


Adensamento: é o plantio de novas espécies através de mudas ou sementes visando o recobrimento do solo. Neste caso, o plantio ocorre nos “espaços vazios” (com falhas de vegetação) para acelerar a cobertura por espécies nativas e aumentar a chance da regeneração natural para eliminar espécies indesejáveis.


Enriquecimento: utilizado em áreas em estágio intermediário de perturbação, que ainda mantêm algumas das características originais e que apresentam áreas cobertas por capoeiras. Pode ser feito por mudas ou sementes.


Nucleação: consiste na formação de núcleos de vegetação, priorizando a utilização de espécies com capacidade de melhorar o ambiente, facilitando a ocupação da área por outras espécies. Nestes núcleos, há o fortalecimento das interações plantas-animais (poleiros, abrigos, alimentos, polinização, dispersão de sementes, entre outros).


Sistema agroflorestal - SAF: sistema de uso e ocupação do solo em que plantas lenhosas perenes são manejadas em associação com plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas, culturas agrícolas, e forrageiras, em uma mesma unidade de manejo, de acordo com arranjo espacial e temporal com diversidade de espécies (nativas e exóticas) e interações entre estes componentes.


4) Seleção das espécies


A seleção das espécies depende do método de recuperação escolhido. É recomendável utilizar um grande número de espécies, de forma que nenhuma delas ultrapasse 15% do total de indivíduos. As espécies pioneiras (espécies resistentes) são mais indicadas, pois são tolerantes à luminosidade direta durante o crescimento.


5) Monitoramento e avaliação


O monitoramento e a avaliação do desenvolvimento da área em recuperação são fundamentais. Adote mais de dois métodos de recuperação para aumentar as chances de sucesso!


6) Área recuperada


Um ecossistema é considerado recuperado ou restaurado quando contém recursos bióticos e abióticos suficientes para continuar seu desenvolvimento sem auxílio ou subsídios adicionais, ou seja, quando o ambiente estiver restabelecido a sua biodiversidade, os seus processos ecológicos e seu equilíbrio.


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