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Foto do escritorDantte Saliba

Metas e ações após o Acordo de Paris


O Acordo de Paris é o mais recente tratado internacional sobre o clima. Foi adotado em 2015, com o comprometimento de 195 países participantes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Diferentemente do Protocolo de Kyoto, o Acordo de Paris não especifica metas obrigatórias para cada país. Cada nação determinou seus próprios objetivos de redução de emissões para 2025 ou 2030.

Metas do Brasil


Metas do Brasil no Acordo de Paris

O Brasil confirmou sua adesão ao acordo traçando as seguintes metas:

  • Reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025;

  • Em sucessão, reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030.

Por aqui, ônibus e caminhões, veículos movidos a diesel, são responsáveis por quase metade das emissões atmosféricas. Algumas ações tímidas vêm sendo adotadas, como escolha de biocombustível para algumas linhas de ônibus.

Além disso, o país se comprometeu a restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030.

Alguns países têm adotado incentivos ao uso de automóveis híbridos e elétricos


Ativista protesta contra o uso de diesel em frente a corte federal alemã

Foto: Ativista protesta contra o uso de diesel em frente a corte federal alemã

A Alemanha também adotou metas ousadas, com foco na chamada “virada energética”. O país tem por objetivo reduzir em 40% suas emissões de gases de efeito estufa até o ano de 2020, em comparação com os

níveis de 1990.

Algumas ações foram colocadas em prática, buscando modificar alguns hábitos.

Em 2016, o Bundesrat, Conselho Federal Alemão, votou pela proibição dos veículos com motores de combustão interna até 2030. No mesmo ano, o governo alemão criou uma espécie de bônus ambiental para estimular a compra de carros movidos a eletricidade. A iniciativa visa ajudar a alcançar a meta de redução até 2020.

Contudo, não é uma meta fácil de se alcançar. Em 2017, cerca de dois terços dos carros do país eram movidos a gasolina, e quase um terço, a diesel. Dos restantes, 165 mil eram híbridos, e apenas 34 mil, elétricos.

O alto custo dos carros híbridos ou elétricos, tanto no Brasil quanto na Alemanha, é um fator que dificulta a popularização.

Noruega saiu na frente

Por outro lado, na Noruega boa parte dos veículos licenciados, um terço deles em 2017, era movido a eletricidade.

Mas qual é o segredo do sucesso?

Entre os motivos está o fato de no país escandinavo ser muito mais barato ter um carro elétrico do que um comum. Além disso, existem incentivos fiscais para quem utiliza carros elétricos, diferentemente do Brasil.

Guerra contra a poluição na China começa a dar frutos

Até a China, mundialmente conhecida pelo alto índice de poluição do ar, vem travando uma guerra contra a poluição. E essa guerra começou a dar frutos em 2018.

Um estudo realizado em 2018, pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, mostra que em algumas cidades da China, a concentração de partículas poluidoras caiu até 32% no período considerado.

Em relação ao setor automobilístico, a China também vem se colocando como um dos maiores mercados automobilísticos do mundo para veículos elétricos. Para facilitar a compra, o país também adota bônus e dá maior agilidade para obtenção da licença para os compradores.


Pátio de carros elétricos em cidade chinesa

Foto: Pátio de carros elétricos em cidade chinesa

Alguns pesquisadores já avaliam que a China tem desempenhado um dos papeis mais contundentes no Acordo de Paris. Estima-se que a nação será capaz de reduzir as suas emissões de carbono por unidade do PIB em 45% até o final de 2020, face aos níveis de 2015.

Em 2017, a decisão do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar os EUA do Acordo de Paris reduziu a confiança global no combate às mudanças climáticas. Diante desse cenário, a China pode vir a desempenhar um papel de liderança nas negociações.

Encontro da Cúpula do Clima

O encontro da Cúpula do Clima na cidade de Bonn, na Alemanha, no ano passado, mostrou avanços e retrocessos, em uma análise crítica dos compromissos assumidos pelos países no Acordo de Paris.

É certo que a preocupação com questões ambientais foi pauta de diversos acordos internacionais nas últimas décadas. O fato é que o planeta não pode esperar por metas que não saem do papel. O compromisso global com a redução das emissões de gases de efeito estufa deve ultrapassar a barreira do sonho e se concretizar através de ações.


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