O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas define Mudanças Climáticas como uma variação estatística significativa, sendo as suas variabilidades persistentes por décadas ou mais. Nesta definição, a causa pode ser de processos naturais internos, forças externas ou ainda pelas ações humanas.
Entre as principais atividades antrópicas que influenciam as Mudanças Climáticas, estão a queima de combustíveis fósseis, atividades industriais e transportes, alteração do uso do solo e o desmatamento.
Os empreendedores que querem contribuir para a melhoria desse cenário de maneira a minimizar os efeitos negativos das mudanças no clima, podem adotar medidas para a Gestão dos Gases de Efeito Estufa gerados nas suas atividades.
Elaboração do Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE)
A ação inicial para a Gestão dos Gases é a elaboração do Inventário de GEE. A realização do inventário de GEE possibilita um melhor entendimento organizacional, gerando um novo conhecimento ao se analisar os processos envolvidos sob outra ótica.
Com esse conhecimento, pode-se enfatizar os processos com mais emissões de GEE e começar a analisar possíveis mudanças. Este entendimento possibilita à empresa, através do monitoramento da produção, identificar oportunidades de redução das emissões e, consequentemente, desperdício de insumos, implementação de novas tecnologias e mudanças no processo produtivo.
Interação do Inventário de GEE com o SGA
O Inventário de Gases de Efeito Estufa interage também com o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) da organização, através da:
Metodologia para Gestão das Emissões de GEE
A metodologia PDCA (do inglês Plan-Do-Check-Act), é utilizada mundialmente para a resolução de problemas. Esse método pode ser resumido da seguinte maneira:
Plan (Planejar): estabelecer os objetivos do trabalho, seus processos e os recursos necessários para entregar resultados de acordo com os requisitos estabelecidos;
Do (Fazer): implementar o que foi planejado;
Check (Checar): monitorar e medir processos, produtos e serviços;
Act (Agir): executar ações para melhorar o desempenho, conforme necessário.
Para o caso da Gestão das Emissões de GEE nas pequenas e médias empresas, a aplicação das 04 etapas dessa metodologia consiste em:
As 04 Etapas da Gestão de Emissões de GEE
Etapa I: Preparação
1º Passo - Conscientização e formação da equipe de trabalho
O primeiro passo da etapa de preparação é a conscientização do público-alvo. Cabe salientar que sem o comprometimento da alta direção nesta etapa não haverá verdadeira Gestão das Emissões de GEE.
A conscientização pode ser conseguida através de exposição de casos bem-sucedidos, apresentação das vantagens econômicas, ambientais e de participação no mercado de carbono.
2º Passo - Fluxograma do Processo
O segundo passo é a elaboração fluxograma do processo produtivo, conhecido também como Diagrama de Fluxo, que é realizado através da identificação dos processos:
Para a elaboração do fluxograma, deve-se realizar a identificação e quantificação das entradas, ou seja, das matérias-primas e insumos utilizados, consumo de energia elétrica; e das saídas, como: efluentes gerados, resíduos sólidos e emissões (GEE, outros gases, calor e outras radiações).
É importante, para auxiliar na etapa de realização do inventário de GEE, a percepção de como estes dados são obtidos e controlados.
Etapa II: Realização do Inventário de GEE
O inventário de GEE é composto por três escopos:
Escopo 1: emissões diretas;
Escopo 2: emissões indiretas e provenientes de compra de energia, calor e vapor;
Escopo 3: outras emissões indiretas.
2º Passo - Verificação do Inventário
O objetivo principal da verificação é assegurar a credibilidade das informações do inventário de GEE de uma organização, através de uma análise imparcial, objetiva e crítica. É, portanto, um processo que avalia a qualidade e transparência do trabalho realizado, garantindo que todas as informações contidas no inventário estão corretas e se constituem em fonte válida para a tomada de decisão.
Etapa III: Avaliação
1º Passo - Análise crítica
Com base nas informações do inventário de GEE pode-se analisar quais etapas do processo apresentam maiores emissões de GEE, o que demonstra a maior possibilidade de ação e possível melhoria no processo, buscando-se a redução das emissões de carbono da empresa.
Juntamente com o conhecimento obtido do processo de produção com o fluxograma, é possível a visualização detalhada de matéria-prima/insumos, água e energia, e a análise da geração de resíduos do processo. Esta será a base inicial dessa etapa de avaliação.
Através da análise crítica das informações do inventário, levando em consideração as maiores fontes de emissão de GEE, será possível desenvolver metas para redução das emissões.
2º Passo - Plano de Ação
Após estabelecer as metas absolutas ou de intensidade, a organização pode desenvolver uma tabela onde se estabelece o responsável pelo cumprimento daquela meta e as medidas e ações pretendidas, assim como determinar os itens de controle a serem monitorados para avaliar o andamento do processo.
Exemplo de Tabela de Fontes relevantes, Metas e Ações:
Um Plano de Ação, com as indicações das oportunidades de redução de desperdícios e emissões, além de um melhor aproveitamento dos insumos e matérias-primas, é realizado com objetivo de atingir as metas estabelecidas.
Etapa IV: Ação
1º Passo - Implementação
É importante salientar que, para a implementação de ações para evitar, reduzir ou mitigar as emissões e os desperdícios, o tempo de aplicação depende da disposição e empenho, do grau de retorno que pode ser alcançado, além das características específicas de cada empresa.
Os tipos de ação podem ser para evitar, reduzir ou mitigar as emissões de GEE:
1. Ações para evitar emissões são aquelas que trocam as atividades que sejam intensivas em emissões de GEE por outras de menos intensidade. Com estas ações a organização deixa de emitir determinada quantidade de GEE ou determinado gás de efeito estufa.
Exemplo: As emissões de GEE, especialmente CO², podem ser evitadas por práticas de gestão agrícola que previnam o cultivo de novas áreas de floresta, pastagem ou outros tipos de vegetação não agrícola.
2. Ações para reduzir as emissões de GEE são aquelas relacionadas com melhoria da eficiência e redução do desperdício. A ação levará à diminuição das emissões, no entanto, as mesmas não deixarão de ocorrer.
Exemplo: A troca de combustíveis de origem fóssil por combustíveis biogênicos, como o etanol é um exemplo de ação que leva à redução das emissões.
3. Para as emissões que não podem ser evitadas, as ações a serem tomadas são as de
compensação.
Exemplo: a ação de compensação mais utilizada é o reflorestamento.
2º Passo - Monitoramento e Correção
Este passo é destinado ao monitoramento das ações implementadas, avaliação dos resultados obtidos, identificação das oportunidades de melhoria e implementação de ajuste, quando e onde necessário, fechando assim o ciclo PDCA de melhoria contínua.
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