O rio indiano Ganges, o mais sagrado para o hinduísmo, passa por grandes centros de peregrinação, como na cidade Varanasi e está completamente poluído. Em alguns pontos do rio na cidade o nível de bactérias fecais por cada 100 mililitros chega a 31 milhões, como na confluência com a foz do rio Varuna, ou a 51 mil na popular Tulsi ghat, quando o máximo recomendável para o banho são 500 e, para o consumo, zero.
Diariamente milhares de pessoas lavam suas roupas ou tomam banho nas águas do rio que é local também de devoção para os crentes hindus, onde milhões de devotos mergulham na busca pela salvação. Doenças como cólera, hepatite A, febre tifoide, doenças gastrintestinais e disenteria podem ser contraídas pelo contato direto com a água do Ganges.
Segundo a Missão Nacional para Limpar o Ganges, dependente do Ministério de Recursos Hídricos, o rio recebe diariamente 12 mil milhões de litros de resíduos e só há capacidade para tratar um terço deles, um problema sem solução apesar dos vários planos nacionais iniciados desde 1986. Para o presidente da Fundação Sankat Mochan, uma organização que luta para a limpeza das águas do rio, a solução está em interceptar as águas residuais, desviá-las do rio e tratá-las até um nível que se transformem em inócuas para o uso, usando as mesmas depois para rega ou outros propósitos.
Enquanto medidas efetivas não são tomadas pelo governo, algumas ONGs como a Sulabh International fazem um pouquinho pelo rio e se ocupam de embelezar as margens em sua passagem por Varanasi limpando os resíduos com a ajuda de um exército de voluntários.