A região do semiárido do Nordeste brasileiro pode ter a seca, que já dura seis anos, agravada este ano. Entre os meses de fevereiro e abril, há 75% de probabilidade de as chuvas ficarem na média e abaixo da média climatológicas, de acordo com o último relatório do Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal (GTPCS) do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTI).
Análises e previsões realizadas pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas, apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela FAPESP mostram que, para o período que vai de fevereiro a abril de 2017, a persistência de ventos alísios mais fracos que o normal no Atlântico Tropical e o aumento da temperatura da superfície do mar. A probabilidade de chuva para a região é de 40%, no entanto com grande variabilidade espacial e temporal e abaixo da média histórica, segundo José Antonio Marengo, coordenador geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Há um risco de a situação hídrica na maioria dos sistemas de abastecimento de água no norte da Região Nordeste não se recuperar caso as chuvas atingirem um patamar entre a média histórica e até 30% abaixo dessa média até abril. Isto porque a longo prazo, a falta de chuvas implica na ameaça de esgotamento da água armazenada nos açudes do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte entre novembro de 2017 e fevereiro de 2018. O GTPCS é integrado pelo Cemaden e também pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e do Centro de Ciências do Sistema Terrestre (CCST) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).