É difícil imaginar a vida sem tecnologia. Com a sua chegada foram possíveis avanços em diversos setores da economia.
E quando se trata de meio ambiente, as tecnologias ambientais têm contribuído para reduzir o consumo de energia e emissões, reaproveitar subprodutos, minimizar os problemas de geração e eliminação de resíduos, dentre outros avanços. É fato que tornam os processos produtivos mais ecológicos.
O potencial das tecnologias ambientais tem sido comprovado ao longo dos tempos e sua aceitação no mercado vem sendo concretizada aos poucos. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para que as Eco-inovações tenham implantação em escala maior.
Segue abaixo 03 tecnologias ambientais geniais que vêm ganhando cada vez mais espaço!
1) Wetlands para tratamento de esgoto
Os sistemas wetlands construídos são uma tecnologia para tratamento de águas e efluentes por mecanismos puramente naturais, que apresentam elevada eficiência, simplicidade construtiva e operacional e beleza estética e paisagística. Estas e outras características os tornam economicamente vantajosos.
A principal característica destes sistemas é o uso de vegetação aquática que aumenta a sua eficiência e permite a construção de um espaço esteticamente atraente, podendo, em vários casos, serem concebidos como obras de arte de paisagismo.
Do ponto de vista empresarial, o aspecto estético é um dos principais argumentos a favor da tecnologia, mas outro importante fator de inovação é a sua versatilidade de aplicações.
Diferentemente de Estações de Tratamento tradicionais, não há geração de resíduo de lodo ao final do processo. No sistema Wetlands o lodo é degradado dentro do meio filtrante.
Em relação ao regime de escoamento e tipo de efluente, os wetlands podem ser divididos em quatro tipos básicos:
Wetlands verticais;
Wetlands horizontais;
Wetlands superficiais;
Wetlands para lodos.
Wetland horizontal para efluente sanitário
Fonte: Wetlands construídos
2) Energia do biogás
No século XIX, o cientista Louis Pasteur descobriu que o biogás poderia ser utilizado como combustível para sistemas de aquecimento e iluminação urbana, realizando um experimento a partir de uma mistura de estrume e água.
Desde então, a tecnologia envolvida no aproveitamento do biogás tem avançado. Esse combustível é visto por muitos como alternativa para geração de energia elétrica em substituição ao gás natural. O aproveitamento do biogás pode ser proveniente do tratamento de esgoto, de aterros sanitários e biodigestores.
O biogás é um gás combustível constituído em média por 60% de metano e 40% de gás carbônico, obtido pela decomposição da matéria orgânica por bactérias.
Na geração de energia do biogás, ocorre a conversão da energia química do gás em energia mecânica por meio de um processo controlado de combustão. Essa energia mecânica ativa um gerador que produz energia elétrica. O biogás também pode ser usado em caldeiras por meio de sua queima direta para a cogeração de energia.
A utilização do biogás como energia é uma alternativa que não gera tantos impactos socioambientais quanto o gás natural devido a substituição do GLP, um derivado do petróleo.
O aproveitamento da energia do biogás proveniente de aterros sanitários e do tratamento de esgoto representa uma destinação mais sustentável e inteligente para os resíduos.
Além disso, impede que o metano proveniente da decomposição da matéria orgânica seja liberado para a atmosfera ao se transformar em água e gás carbônico pelo processo de queima.
3) Cemitério vertical com sistema Eco No-Leak
Quando se trata de construção de cemitérios, um problema comum no Brasil é a falta de espaço e estrutura deficiente em relação à preservação ambiental. O necrochorume, líquido resultante da decomposição dos corpos, e os gases envolvidos, são tóxicos e não devem ser liberados para o meio externo.
Os cemitérios devem ser construídos com materiais que impeçam a passagem de gases, o vazamento do necrochorume e devem conter dispositivo que permita a troca gasosa em todos os lóculos.
A tecnologia Eco No-Leak é utilizada em cemitérios verticais, objetivando resolver a falta de espaço, com foco na preservação ambiental, evitando a contaminação do meio.
Nesse sistema os lóculos são construídos a partir do reaproveitamento de materiais como palha de casca de coco, fibra de vidro e PET.
Também conta com uma estrutura eficiente para a troca de gases, através de orifícios nos lóculos e sistema de tubulação que retira os gases liberados pelos corpos, conduzindo esses gases para câmaras que realizam o seu tratamento antes de serem liberados para a atmosfera.
O monitoramento da decomposição dos cadáveres é feita através de um software que possibilita controle de pressão, temperatura e umidade dentro do lóculo.
Além de ser ecologicamente correto, dentre as vantagens da tecnologia Eco No-Leak para cemitérios, estão a contribuição para um ambiente limpo e livre do mal cheiro, destinação adequada para os subprodutos da decomposição humana e estrutura adequada e resistente.
Cemitério vertical com sistema Eco No-Leak
Fonte: Vilatec